Autoaplicar o teste é viável, aceitável e exato, segundo as conclusões de um estudo

Vinte e dois estudos independentes concluíram que os kits para autoaplicar o teste para o VIH são fáceis de usar e aceitáveis para pelo menos três quartos das pessoas que os utilizaram e, na generalidade, fortemente exatos, não ocorrendo nenhum resultado adverso, como o suicídio. Contudo, os investigadores apenas identificaram um estudo aleatório controlado de autoaplicação do teste e apenas um outro que avaliou o acesso aos cuidados de saúde após um resultado reativo.

Dois terços dos estudos avaliados referiam-se à aplicação do teste oral com saliva; os outros observaram a autoaplicação do teste com amostra de sangue através de picada no dedo. Dois terços estavam preocupados com a aplicação do teste com supervisão, ou seja, com a presença de um profissional de saúde no momento do teste mas sem interferir no processo, sendo que apenas sete estudos observaram as pessoas a realizarem o teste sozinhas.

A aceitabilidade da supervisão durante a realização do teste variou desde 74% entre os homens gay norte-americanos a 100% entre os estudantes canadianos. A aceitabilidade de não ter supervisão foi apenas documentada em dois estudos, e correspondeu a 78% entre os profissionais de saúde no Quénia e a 84% entre os homens gay norte-americanos não monogâmicos.

Os resultados falsos-negativos foram quase inexistentes. Os resultados falsos-positivos foram ocasionalmente registados, com a taxa mais elevada de 7% num estudo norte-americano. Não mais de 5% das pessoas em qualquer um dos estudos observados fez algum erro durante o processo do teste ou foi incapaz de interpretar o resultado.

Apenas um estudo sem supervisão durante o processo do teste reportou referenciação após um resultado reativo e neste, 96% das pessoas que tiveram resultado reativo afirmaram ter procurado aconselhamento após a realização do teste. Situações extremas após a realização do teste, como o suicídio depois de um resultado reativo, foram inexistentes.

A população com rendimentos baixos em todos os cenários teve tendência a preferir os kits de autoaplicação gratuitos, enquanto um custo de US$20 foi, na generalidade, aceite por pessoas com mais rendimentos.

Comentário: Esta meta-análise é fortemente tranquilizadora e demonstra que o teste realizado em casa deverá ser viável e não deverá ter como consequência testes com resultados inválidos ou falsos-positivos ou negativos, apesar de uma proporção isolada de 7% ter tido resultados falso-positivos, sendo um motivo de preocupação. Mais estudos sobre a aplicação do teste sem supervisão em diferentes cenários e populações são, contudo, necessários para que se possa ter uma ideia correta de como as pessoas aplicam na prática o teste. 

"Testar e tratar" não é suficiente para travar a epidemia nos homens gay, segundo conclui um modelo matemático norte-americano

A prevalência da infeção pelo VIH nos homens norte-americanos gay não deverá descer mesmo que todos os homens façam o teste anualmente e que os que sejam diagnosticados estejam sob terapêutica antirretroviral (TAR), segundo indica um modelo matemático. O modelo conclui que estas medidas levariam à descida do número de novas infeções anuais nos homens gay para o número anual de mortes, mas não muito. Contudo, produziria uma redução de 34% no número cumulativo de novas infeções e reduziria em 19% o número cumulativo de mortes até 2023, segundo conclui o modelo.

O modelo matemático conclui ainda que o tratamento universal levaria a uma duplicação na prevalência do VIH multirresistente, apesar de tal não levar a um aumento de mortes ou à progressão da infeção para o estado de SIDA. Contudo, esta previsão pode estar assente em dados desatualizados.

Todas as previsões do modelo baseiam-se em observações relacionadas com tendências da infeção pelo VIH em Los Angeles, nos homens gay, entre 2000 e 2010. Atualmente, em Los Angeles, esta população faz o teste para o VIH, em média, todos os 4,4 anos. Os investigadores usaram o modelo para perceber o que aconteceria se esta frequência fosse aumentada cada três anos, dois anos e anualmente.

De forma semelhante, a média entre a infeção pelo VIH e o início da terapêutica antirretroviral nos homens gay foi calculada ser 2,5 anos. Os investigadores tentaram perceber o que poderia acontecer se tal fosse reduzido para um ano ou seis meses.

Se nada se alterasse, o modelo perspetivou que ocorreriam 54 000 novas infeções, 49 000 diagnósticos de SIDA e 42 000 mortes entre 2013 e 2023.

Se a média da frequência do teste aumentasse para uma vez por ano, juntamente com todas as pessoas a iniciarem a TAR no momento do diagnóstico, desta forma, o número cumulativo de novas infeções até 2023 desceria para 35 800, dos novos casos de SIDA para 30 000 e de mortes para 34 100. O número de pessoas sem conhecimento sobre o seu estatuto serológico desceria consideravelmente para apenas 4%.

O modelo prevê ainda que a proporção de pessoas com VIH multirresistente aumentaria 9,1%. Contudo, esta conclusão do modelo deve-se aos dados sobre a informação da prevalência de resistência primária de há sete anos atrás e que não tem ainda em conta as descidas desde então, ou a introdução de novas classes de medicamentos.

Comentário: a robustez deste modelo pode, devido ao facto de os investigadores basearem os seus parâmetros em dados específicos de um local e de uma população, dar uma ideia mais realista sobre a influência de expandir o teste e o tratamento do que os estudos mais idealizados. Mas tal é também a sua fraqueza: por ser fortemente baseado em dados antigos, não tem em conta tendências recentes, tal como o aumento da eficácia do tratamento e a descida de multirresistências após a introdução de medicamentos mais toleráveis e de novas classes de antirretrovirais.

Mais mulheres que homens sob tratamento têm VIH detetável no trato genital

A replicação persistente do VIH tem sido observada no trato genital numa minoria considerável de mulheres sob terapêutica antirretroviral (TAR) comparativamente aos homens. E nas mulheres que ainda não estão sob tratamento, a carga viral foi especialmente elevada nas mulheres com subtipo C, o subtipo predominante nos países do sul e leste africano com prevalências mais elevadas.

Um estudo observou homens e mulheres em sete países que tinham iniciado TAR. A carga viral no plasma sanguíneo e nos fluidos genitais foram monitorizados no início do estudo e novamente um e dois anos depois do início do tratamento.

Antes do início da TAR, a infeção pelo VIH foi detetada em 82% das amostras de esperma dos homens e em 86% das amostras de muco cervical das mulheres. As mulheres com subtipo C nesse tipo de amostra tinham doze vezes mais carga viral do que as mulheres com subtipo B, doze vezes mais carga viral no esperma do que os homens com subtipo C e 20 vezes mais carga viral que os homens com subtipo B.

A supressão da carga viral genital através da TAR ocorreu na maioria das mulheres e homens. Contudo, dois anos após o início da TAR, 97% dos homens e 84% das mulheres, independentemente do subtipo, não tinham carga viral indetetável nos fluidos genitais e esta diferença de 13% foi estatisticamente significativa.

Não se sabe se níveis baixos de replicação do VIH em pessoas sob TAR contribui para a infeção pelo VIH. No estudo HPTN 052, em análises multivariáveis, as mulheres que não estavam sob TAR tinham 37% maior probabilidade de transmitir a infeção pelo VIH do que os homens do que vice-versa, mas esta diferença não foi estatisticamente significativa. A única transmissão de uma pessoa sob TAR foi de um homem para uma mulher e se houve variações subtis baseadas no género na infecciosidade, foram compensadas pelos 96% de eficácia da TAR travar as infeções. Mesmo assim, as razões para a elevada carga viral no trato genital das mulheres e nas pessoas com subtipo C devem ser mais investigadas. 

Comentário: há ainda muito que não se sabe sobre a replicação do VIH no trato genital, e mais investigações são necessárias. Tal, é relevante não apenas para perceber se os estudos concluem que as pessoas sob TAR com sucesso podem ainda infetar outras, mas para analisar exatamente como a profilaxia pré-exposição (PrEP) e os microbicidas entram nos tecidos e travam a infeção pelo VIH na mucosa. Sabemos ainda menos sobre o VIH no reto e estudos semelhantes sobre carga viral no reto devem ser desenvolvidos.

Pequenas mudanças nos comportamentos sexuais dos homens gay ingleses entre 2001 e 2008

Uma análise de dois estudos em homens gay ingleses de 2001 e 2008 mostraram pequenas mudanças no total da proporção de homens que tiveram durante este período relações sexuais anais desprotegidas (UAI), embora conclua uma maior taxa de homens gay com VIH a ter UAI e uma descida na proporção dos homens gay seronegativos com maiores números de parceiros.

O estudo concluiu também que a proporção de homens que alguma vez fez o teste para o VIH aumentou até 50% durante este período e a proporção de pessoas a afirmar conhecer o seu estatuto serológico quase triplicou.

De 1997 a 2008, a Sigma Research conduziu os questionários anuais Gay Men’s Sex, recrutando os homens numa primeira fase em locais de socialização e festivais e, posteriormente, através da internet. Contudo, tem havido sempre dificuldade em usar os dados dos questionários como dados longitudinais devido, em grande parte, ao grupo auto selecionado, facto dos respondedores diferirem ao longo dos anos, e em parte porque o mesmo conjunto de perguntas não foi usado a cada ano. Em 2001 e 2008, contudo, a Sigma questionou o mesmo conjunto de perguntas detalhadas sobre comportamento sexuais.

Em 2008 a amostra foi considerada mais envelhecida, com níveis mais elevados de escolaridade e, de alguma forma, diversa a nível étnico. Após os ajustes estatísticos, os homens que participaram em 2008 tinham cerca de metade da probabilidade de reportar nunca terem feito o teste para o VIH.

Entre os homens que tinham tido resultado negativo ou que nunca tinham feito o teste, houve diferenças estatisticamente significativas entre 2001 e 2008 no número de homens que tiveram cinco ou mais parceiros sexuais no ano anterior. Em termos de UAI, este foi reportado em 59% em 2001; 57,5% em 2008 afirmou ter tido UAI pelo menos uma vez no último ano. Entre os homens com VIH, contudo, a proporção que reportou UAI aumentou de 73% para 82% em 2008, significando que havia o dobro da probabilidade de reportar UAI em comparação com os homens seronegativos para a infeção pelo VIH.

Os autores afirmam que os dados indicam “uma crescente concentração do risco entre os homens diagnosticados com infeção pelo VIH”, que aparentemente têm maior probabilidade de reportar sexo anal desprotegido e múltiplos parceiros.  

Comentário: o que é surpreendente nos estudos sobre o risco de infeção pelo VIH nos comportamentos entre os homens gay desde a introdução da TAR é o facto de os resultados não se alterarem: este é um dos vários estudos que concluiu que um pouco mais de metade dos homens gay reportaram que algumas vezes têm relações sexuais anais desprotegidas, e que tal quase não mudou desde 2000. Os sinais de “segregação serológica” de homens gay seropositivos e seronegativos para o VIH são, talvez, um resultado inevitável dos homens tentarem reduzir o risco de infeção, mas que tem implicações perturbantes para a saúde sexual e isolamento social das pessoas que vivem com VIH. As taxas de realização do teste continuam a aumentar desde 2008, mas o desafio atual – foco da nova campanha de prevenção em Inglaterra – é aumentar a frequência do teste.

A maioria dos casais gay tem acordos de “sexo extraconjugal” – mas nem sempre estão em concordância sobre qual é o seu significado

Os investigadores concluíram que a maioria dos homens gay norte-americanos numa relação estabelecem “acordos sexuais” com o seu parceiro, quer para minimizar os riscos de infeção pelo VIH, quer para manter a qualidade da relação. Contudo, os parceiros nem sempre concordam sobre o facto de terem um acordo, ou se foi explicitamente discutido, ou que tipo de relações sexuais são permitidas com outras pessoas. O acordo foi quebrado por uma ou ambas as partes em um pouco menos de metade dos casais em estudo.

No estudo que incluiu 361 casais, 70% reportaram ter acordos sexuais, mas em 25%, um homem pensou ter um acordo, enquanto o parceiro afirmou não o ter. Para 56% dos homens que pensavam ter um acordo, este seria numa relação monogâmica. Para os restantes 41%, o acordo foi permitir relações sexuais com parceiros ocasionais, mas havendo regras e orientações. EM 46%, quer um ou ambos os parceiros quebraram as regras em algum momento da relação.

As razões principais para quebra do acordo foram frustração sexual e o “calor do momento”. Apenas uma minoria dos homens (39%) disse ao parceiro ter quebrado o acordo. As razões dadas por não contar sobre a quebra de acordo incluíram não dar uma razão para desconfiança por parte do parceiro e medo que tal pudesse por fim à relação.   

O estudo concluiu ainda que cerca de um quarto dos homens seronegativos que tinham relações sexuais ocasionais tentava o “serosort” ou seja escolher parceiros do mesmo estatuto serológico ou “usavam uma estratégia de posicionamento na prática sexual” para tal. Contudo, a frequência do teste esteve longe de ser universal neste grupo, tornando estas práticas potencialmente inseguras.

Cometário: as conclusões deste estudo são muito semelhantes à do estudo de S. Francisco, de 2005 (mais informações em aidsmap.com em ‘Negotiated safety’; ver referência 3 nesta página). Nesse estudo, porém, poucos parceiros concordaram com a monogamia. A principal barreira para a segurança destes acordos, em termos de infeção pelo VIH, não é a sua quebra mas não realizar o teste após haver relações sexuais desprotegidas fora da relação. Como resultado, o estatuto “seronegativo para o VIH” de muitos pode ser mais uma questão de esperança do que de certeza.

Seminários online sobre prevenção da infeção pelo VIH na Europa – profilaxia pré-exposição (PrEP)

Como parte do trabalho de prevenção da infeção pelo VIH na Europa, a NAM está a colaborar com a AVAC na disponibilização de um conjunto de seminários online (conferências telefónicas com apresentação de diapositivos) para formar e informar ativistas na área da prevenção ou quaisquer pessoas interessada nos mais recentes desenvolvimento tecnológicos nesta área.

O quarto seminário tem como tema:

PrEP – novidades sobre os estudos na Europa e no mundo

O seminário tem a duração de 90 minutos e vai analisar a situação atual sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP) na Europa e no E.U.A.. Vai analisar o estudo IPERGAY que está a decorrer em França e o estudo PROUD em Inglaterra, como rever os progressos do estudo NEXT-PrEP e estudos nos E.U.A.. Irá também discutir as implicações dos resultados negativos do mais recente ensaio TRIAL. Às apresentações, seguir-se-á uma sessão de perguntas e respostas com os nossos especialistas. O seminário será conduzido em Inglês.   

Hora e data: 2pm horário do Reino Unido (GMT), quinta-feira, 9 de maio (3pm CEST)

Para se inscreverno seminário, obter o contacto telefónico e instruções clique neste link: https://cc.readytalk.com/r/9rp8k6ka35y2

Os ativistas europeus interessados em aprender mais sobre tratamento da infeção pelo VIH como prevenção estão convidados a juntar-se ao seminário e enviar questões antes da sua realização para o e-mail info@nam.org.uk. Durante o evento, os participantes são encorajados a fazer perguntas via telefone.

Outras notícias recentes

Epidemia de hepatite C nos homens gay norte-americanos tem já décadas

A transmissão do vírus da hepatite C (VHC) tem ocorrido nos homens gay desde os primeiros anos da epidemia do VIH, segundo reportam os investigadores norte-americanos. Os investigadores concluíram evidência de transmissão do VHC desde o início da epidemia do VIH, ocorrendo 41 novas infeções entre os homens seropositivos para o VIH entre 1984 e 1989, e 8 em homens seronegativos durante o mesmo período.

A reação de Lukewarm ao plano de trabalho do governo inglês para a saúde sexual

Duas semanas antes de as autoridades locais assumirem o a responsabilidade dos serviços de saúde sexual – e doze anos desde que a estratégia sobre saúde sexual foi publicada – o Departamento de Saúde inglês emitiu um “quadro de trabalho” que esclarece as ambições do governo para melhorar a saúde sexual, em Inglaterra. Mas como a política governamental é a nível local, o quadro de trabalho não descreve novos programas, políticas ou objetivos. Pelo contrário, disponibiliza um breve resumo de alguns temas que os serviços de saúde sexual precisam trabalhar, sem com isso dar recomendações claras. “O plano de trabalho dá pouca atenção à infeção pelo VIH num momento em que as taxas são elevadas, o diagnóstico tardio comum e quando quase um quarto das pessoas que vive com VIH no Reino Unido desconhece o seu estatuto serológico,” segundo afirmou o professor Jane Anderson, presidente do British HIV Association (BHIVA).

Alta incidência de lesões pré-cancerosas de alto grau nos jovens homossexuais seropositivos tailandeses

Aproximadamente um terço dos homens gay seropositivos para o VIH tailandeses desenvolveram lesões anais pré-cancerosas de alto grau durante um ano de acompanhamento, segundo reportaram os investigadores. A infeção com elevado risco de estirpes do papiloma humano (HPV) foi um importante fator de risco para o desenvolvimento de lesões de alto grau. Os investigadores estão preocupados com as conclusões e recomendam aos profissionais de saúde, decisores políticos e comunidades de homens gay que é necessário planear o rastreio e tratamento de lesões anais pré-cancerosas.

Escolhas do editor de outras fontes

Batalha do VIH na Ucrânia

Fonte: BBC Radio 4 (audio)

Há doze anos Lucy Ash investigou a luta contra a infecção pelo VIH, na Ucrânia, altura em que a transmissão ocorria maioritariamente entre as pessoas que usavam drogas por via injetada. Após a Revolução Laranja no final de 2004, o governo prometeu tomar medidas para travar a doença e a situação pareceu melhorar. Atualmente, a Ucrânia é o segundo país europeu com a taxa mais elevada, antecedido pela Rússia. Em todo o mundo, outros países têm conseguido reduzir a taxa de infeções pelo VIH e de doenças definidoras de SIDA. Lucy Ash, viajou até Kiev e Odessa para perceber o porquê de a luta contra a infeção ser tão difícil.

Não revelar o estatuto serológico para o VIH pode ser crime, segundo afirmam a maioria dos canadianos gay/bi

Fonte: Globe and Mail

Dois terços dos homens que têm sexo com homens acreditam que as pessoas com VIH devem ter consequências judiciais quando não revelam o estatuto serológico positivo para a infeção pelo VIH ao parceiro sexual. Oitenta e três por cento afirmou que não revelar o estatuto serológico antes de relações sexuais anais deveria ser considerado crime e 42% antes do sexo oral. Apenas 17% afirmou que não revelar não deveria ser criminalizado. Em paralelo, o investigador Dan Allman comentou que “há um sentimento de que medidas legais não terão impacto. Há uma compreensão inata que revelar o estatuto serológico do VIH é difícil e leis que punam não vão ajudar.”

Médicos chamam a atenção para o amento da xenofobia nos sistemas de saúde

Fonte: EurActiv

Medidas de austeridade adotadas na Europa em resposta à crise da divida pública têm um impacto devastador nos serviços de saúde, resultando no aumento da xenofobia em países como a Grécia e Espanha, afirmou recentemente o grupo Médecins du Monde. Cerca de 81% dos doentes que apareceram na clínica dos Médecins du Monde em 2012, não tinham possibilidade de aceder aos cuidados de saúde sem pagar os custos totais e 49% tinha habitação instável ou temporária. Entre os doentes que reportaram episódios de violência, 27% afirmou ter sofrido atos de violência após a chegada ao país de imigração e 20% reportou ter sido negado o acesso aos cuidados de saúde por um profissional de saúde nos últimos 12 meses (em especial, em Espanha, 62%).

EATG emite tomada de posição sobre a regulamentação de Ensaios Clínicos na Europa 

Fonte: EATG

O European AIDS Treatment Group, EATG, emitiu uma tomada de posição sobre o EU Clinical Trials Regulations, que está atualmente sob discussão no Conselho da EU e Parlamento Europeu. O EATG saúda a proposta de regulamentação para a harmonização e as normas para a realização de ensaios clínicos em toda a Europa, garantindo a segurança dos participantes e a qualidade dos dados. Contudo, o EATG argumenta que a quantidade e os custos da investigação devem ser sempre considerados como secundários em relação à característica da verdadeira inovação, benefícios clínicos mensuráveis, validação científica e ética da investigação. Como tal, a legislação sobre os ensaios clínicos deve priorizar benefícios tangíveis para os participantes dos ensaios e para a comunidade.

A empresa Origami Condoms redesenha a proteção centenária de latex

Fonte: Huffington Post

A Origami Condoms, uma companhia californiana, redesenhou radicalmente o preservativo. Este, baseado nas dobragens de papel japonesas, tem um design que se desdobra em vez de se desenrolar e pode, segundo a companhia, ser colocado em 3 segundos. São feitos de silicone, que é um material mais suave e mais sensível do que o tradicional latex. Os potenciais utilizadores terão de esperar, contudo: os preservativos estão a ser testados e não estarão no mercado antes de 2015.