Julho de 2013

Um terço das novas infeções por VIH podem vir de pessoas que não estão em tratamento

Vários estudos concluíram que uma parte elevada das infeções por VIH – a maior parte dos estudos referem entre um quarto e metade das infeções – são transmitidos por pessoas que desconhecem ser seropositivas. É por esse motivo que está a ser promovido o teste regular ao VIH nos grupos mais vulneráveis em vários países.

Contudo, em estudo de Calgary no Canadá sugere que um número semelhante das infeções por VIH – talvez um terço do total – pode ter origem em pessoas que conhecem o seu estatuto serológico para o VIH, mas que por algum motivo abandonaram a terapêutica ou mudaram de área de residência.

O estudo concluiu que embora as pessoas recentemente diagnosticadas componham 37.5% da carga viral comunitária (a carga viral total das pessoas diagnosticadas), outros 33% eram compostos por uma série de pessoas de outras áreas: as que regressavam à terapêutica após uns tempos afastados, que se mudaram ou com quem se perdeu o contacto. As pessoas em terapêutica, embora representem quase 80% das pessoas diagnosticadas, compunham menos de 30% da carga viral total da comunidade seropositiva para o VIH.

Os investigadores analisaram primeiro o diagnóstico e as tendências de carga viral entre 2001 e 2011. Perceberam que embora a proporção de pessoas com cargas virais abaixo de 50 cópias/ml tenha duplicado de 32 para 66%, a média por doente em terapêutica não sofreu alterações significativas: era de 32 000 cópias/ml em 2001 e de 30 000 cópias/ml em 2010. O motivo para este aparente paradoxo era que ao longo dessa década, à medida que um maior número de pessoas a receber cuidados iniciou a terapêutica antirretroviral, as pessoas com cargas virais detetáveis tinham cada vez mais uma maior probabilidade de serem aquelas que tinham acabado de iniciar a terapêutica ou que a tinham retomado após algum tempo.

O estudo sugere que os rastreios e métodos de acompanhamento têm potencial para desempenhar uma grande diferença nas taxas de transmissão da infeção entre as comunidades locais.

Comentário: Este é um estudo importante pois quantifica, em algum detalhe, algo que há muito se suspeitava: as contínuas transmissões do VIH nas populações em elevado risco não são alimentadas somente por aqueles que desconhecem o seu estatuto serológico mas também por aqueles que, por um ou outro motivo, interromperam a terapêutica. Estudos apresentados na Conferência sobre Retrovírus e Infeções Oportunistas de 2013 (CROI) já indicavam que esta poderia ser a realidade, bem como um estudo francês sobre a carga viral em comunidade. Isto reforça a teoria que afirma que manter uma adesão à terapêutica e acompanhar as pessoas que a interrompem é tão importante quanto persuadi-los a fazerem o teste.

Notícias sobre a PrEP: recrutamento e adesão em ensaio clínico aberto; adesão e fatores de risco em ensaio com utilizadores de drogas

Na 7ª Conferência da AIDS Society sobre a Patogénese do VIH, Tratamento e Prevenção (IAS 2013) tiveram lugar várias apresentações que aumentaram o nosso conhecimento acerca do potencial da profilaxia pré-exposição (PrEP).

Foram apresentados os primeiros dados do iPrEx-OLE, sendo que OLE significa Extensão Aberta (“Open-Label Extension”). Os participantes no iPrEx original, gerido com placebos da PrEP com tenofovir/FTC em homens gay e mulheres trans e que teve uma eficácia de 44%, foram convidados a integrar um estudo no qual todos receberam tenofovir/FTC.

Das 2340 pessoas elegíveis para integrar o iPrEx-OLE, 1526 (65%) afirmaram querer participar e 1038 (44%) começaram a tomar a PrEP. O motivo mais comum para não continuar foi a preocupação com os efeitos secundários: 49% dos que não continuaram afirmaram sentir essa preocupação.

A monitorização do nível de terapêutica era parte do estudo e foram encontrados níveis detetáveis em 61 a 71% dos participantes (enquanto que no ensaio com placebo só foi detetado em 50% dos participantes). Quando foi perguntado a Bob Grant, coordenador da investigação, se estava desiludido por 2% dos participantes no estudo original terem escolhido continuar no iPrEx-OLE e tomar a medicação do estudo, este respondeu que os participantes no iPrEx-OLE podiam interromper e retomar a PrEP após consulta aos investigadores.

Noutra apresentação, Michael Martin do US Centers for Disease Control forneceu dados adicionais sobre o estudo da PrEP baseada no tenofovir entre pessoas que consomem drogas injetáveis em Bangkok, Tailândia. Os resultados gerais foram publicados em junho: concluiram que existiram menos 49% de infeções pelo VIH nos participantes a tomar tenofovir que entre os que tomavam o placebo.

Os níveis de terapêutica foram medidos e a eficácia foi de 70% entre os participantes com tenofovir detetável no sangue, em comparação com apenas 23% entre as pessoas que não o tomaram. Entre os participantes com uma adesão de 90% – medida pelos níveis de terapêutica – a eficácia foi de 68% e de 72% com uma adesão de 95%.

Em termos da associação entre comportamentos de risco e infeções pelo VIH, a partilha de agulhas foi associada a um maior risco de infeção (mais 8.9 vezes), ter-se estado na prisão a um risco de mais 2.7 vezes e ter menos de 30 anos, quando comparado com aqueles com mais de 30 anos, com um risco de mais 1.9 vezes. Em contraste, não existiu nenhuma associação significativa entre comportamentos sexuais de risco e a seroconversão.

Comentário: Os números de adesão e eficácia relatados nestes ensaios não são surpreendentes e são relativamente tranquilizantes. A importância do consumo de drogas injetáveis enquanto fator de risco predominante no ensaio de Bangkok fornece pelo menos evidências indiretas de que a PrEP combate as transmissões do VIH que resultam da partilha de material injetável. Menos tranquilizantes são as taxas relativamente baixas de pessoas selecionadas para o ensaio clínico aberto iPrEx e as elevadas taxas de preocupação com os efeitos secundários. Isto indica uma necessidade de informação atualizada sobre a segurança dos mais recentes antirretrovirais, mas também que, tal como Bob Grant disse na conferência, a “PrEP não é para todas as pessoas”. Alguns poderão estar mais interessados quando a promessa de uma fórmula injetável de longa duração – também referida na IAS 2013 – se tornar uma possibilidade.

Vacina para o cancro também pode ajudar homens gay mais velhos

Os homens gay de todas as idades, com ou sem a infeção pelo VIH, podem beneficiar da vacina do vírus do papiloma humano (HPV), que causa alguns cancros anais, penianos e orais, bem como cancro cervical nas mulheres.

Estão licenciadas duas vacinas para o HPV após ensaios clínicos terem provado que estas são altamente eficazes. A maior parte dos países europeus criaram programas de vacinação para raparigas adolescentes, com diferentes graus de cobertura. No Reino Unido, por exemplo, a vacina é oferecida às raparigas de 12 e 13 anos desde 2008. Entre 2008 e 2012, o programa do Reino Unido usou a vacina Cervarix e usa a Gardasil desde 2012.

Nos dois últimos anos os EUA e a Austrália também licenciaram a Gardasil para rapazes. Esta vacina atua contra as duas estirpes mais comuns de HPV, os tipos 6 e 11, e contra os 16 e 18 que causam a maioria dos cancros (o Cervarix protege contra o HPV 16 e 18).

Um argumento contra a vacinação masculina afirma que uma elevada percentagem de homens gay, em particular aqueles com VIH, já contrairam os tipos de HPV que a vacina tenta combater. Presumia-se que não valia a pena disponibilizar-lhes a vacina, uma vez que não tinha qualquer efeito nos sintomas das pessoas já infetadas.

No entanto, está a tornar-se claro que a infeção do HPV não dura toda a vida. O corpo eventualmente elimina o vírus e a ameaça oncológica (tal acontece mais lentamente entre as pessoas com VIH, em parte um dos motivos pelos quais têm uma maior taxa de doenças oncológicas). A vacinação contra o HPV pode proteger contra a reinfeção.

Um estudo feito na Austrália e apresentado na IAS 2013 concluiu que num grupo de homens gay seropositivos e seronegativos com idades iguais ou superiores a 35 anos, 30% tinham HPV 16, a estirpe mais comum e mais associada a cancros.

Contudo, o estudo concluiu também que estes homens estavam a contrair infeções do HPV 16 a uma taxa de 5% por ano e qualquer uma das estirpes abrangidas pelo Gardasil a 20% por ano.

Presumindo que é possível encontrar homens gay que estão no estágio intermédio entre eliminarem uma infeção pelo HPV e contrair novamente o mesmo subtipo, isto significa que fornecer Gardasil a todos os homens gay pode garantir um nível significativo de proteção contra verrugas genitais e cancros associados ao HPV.

Está a ser desenvolvida uma nova vacina polivalente que cobre nove subtipos de HPV e concluiu-se que, por ano, pode proteger até 27% dos homens gay com mais de 35 anos contra a reinfeção do HPV.

Comentário: As evidências de que a vacinação contra o HPV pode ser benéfica para um grupo mais vasto de pessoas que o originalmente pensado têm-se acumulado desde a introdução da vacina. O Joint Committee on Vaccination and Immunisaton (JCVI) do Reino Unido está a deliberar sobre se deve autorizar a vacinação contra o HPV para rapazes/homens e está a aguardar evidências sobre a relação custo-eficácia. A maior associação de caridade do Reino Unido, o Terrence Higgins Trust (THT) e a British Association for Sexual Health and HIV (BASSH), estão entre aqueles que fazem lobby para uma mudança e que recolheram recentemente apoio de um deputado britânico. Os homens gay têm um elevado risco de contrair cancro do ânus, mas são uma população relativamente pequena para este tipo de considerações.

Europa de Leste e homens gay migrantes têm pior acesso à prevenção do VIH

De acordo com um relatório do European MSM Internet Surveys (EMIS), que em 2010 inquiriu cerca de 180 000 homens gay e homens que têm sexo com homens (HSH) por toda a Europa e que publicou o relatório final em maio, uma minoria substancial de HSH em países como o Chipre, Sérvia, Lituânia, Ucrânia e Hungria não está a ser abrangida por programas de prevenção do VIH e têm baixo conhecimento sobre a infeção.

Uma série de perguntas avaliou o conhecimento dos inquiridos a respeito dos testes do VIH e transmissão, outras infeções sexualmente transmissíveis (IST) e profilaxia pós-exposição (PEP). O conhecimento sobre os testes era elevado e o das rotas de transmissão bastante elevado, mas um terço dos inquiridos não tinham muita informação sobre IST e 70% tinham um baixo conhecimento sobre a PEP. A média dos resultados era geralmente inferior no leste e sudoeste da Europa.

A Turquia teve resultados particularmente baixos em todas as áreas de conhecimento (62%), bem como a Roménia, Chipre, Letónia e Lituânia. Mas a Polónia, Croácia e Bósnia tiveram resultados superiores aos de países semelhantes e a Irlanda, Finlândia e Grécia resultado mais baixos.

Foram também inquiridos sobre o acesso ao teste do VIH, preservativos e informação de prevenção. No total, 91% estavam confiantes na capacidade de fazerem o teste do VIH. Os países com resultados mais baixos foram a Turquia (73%), o Chipre e a Sérvia (ambos com 80%).

Também lhes foi perguntado se tiveram relações sexuais anais desprotegidas no passado ano apenas por não terem nenhum preservativo disponível. Era o caso de 14% do total dos inquiridos mas de 30% e 20% dos inquiridos noruegueses e espanhóis respetivamente. Isto indica que a disponibilidade dos preservativos é um problema sério na Noruega e em Espanha, tal como é na Turquia (32%), Macedónia (28%), Moldávia (25%), Sérvia (23%), Chipre (23%) ou Roménia (20%). A Rússia, Eslovénia, República Checa e Hungria tiveram resultados relativamente positivos acerca da disponibilidade de preservativos.

Os migrantes de fora da Europa tinham uma menor probabilidade de ver os serviços de prevenção chegar até si. Os homens nascidos no sudoeste asiático tinham um nível de conhecimento e acesso a serviços 42% mais baixo que a média e os homens nascidos na América Latina e Caraíbas um resultado 37% mais baixo.

Uma segunda secção do relatório EMIS mostra que, por toda a Europa, 58% dos homens gay relatam pelo menos um caso de relações sexuais anais desprotegidas no último ano. Enquanto 39% dos homens tiveram sexo desprotegido com um parceiro regular, 26% tinham-no feito com um parceiro casual.

Comentário: Esta é uma de várias análises de parte do enorme relatório do projeto EMIS, algumas delas presentes nas duas últimas edições deste boletim. A correlação entre o conhecimento sobre a prevenção do VIH e a disponibilização de métodos de prevenção da infeção é próxima: uma reduzida disponibilidade de programas do VIH dirigidos a HSH traduz-se num conhecimento inferior sobre a transmissão e prevenção do VIH e das IST. Os dados sobre o uso de preservativo repetem essencialmente o que vários outros estudos do Reino Unido, EUA, Austrália e alguns outros países concluíram: embora a maioria dos homens gay usem preservativo, só uma minoria consegue manter o seu uso em 100% das ocasiões.

A redução de riscos na Malásia está a resultar mas chega a poucos utilizadores de drogas injetáveis

A conferência IAS 2013 ouviu que a expansão dos programas de metadona e troca de seringas na Malásia, um país muçulmano e conservador, não conhecido por políticas liberais no âmbito do consumo de drogas, já preveniu cerca de 3 000 infeções pelo VIH. O programa tem uma alta relação de custo – eficácia, embora a cobertura se mantenha demasiado baixa, o assédio por parte da polícia impeça uma prevenção eficaz e falte um vasto apoio a nível político e público.

O Dr. S. Subramaniam, ministro da saúde malaio, afirmou na conferência que a adoção de programas de redução de danos em 2006 foi determinada pela evidência científica. “As alturas desesperantes requerem medidas arrojadas e a epidemia do VIH/SIDA que tínhamos estava fora de controlo, tendo maioritariamente origem no consumo de drogas injetáveis”, afirmou. “Sabíamos que em muitos outros países a troca de seringas e a metadona tinham sido bem-sucedidas na redução das novas infeções pelo VIH.”

A Malásia tem cerca de 80 000 pessoas a viver com o diagnóstico do VIH. Enquanto há uma década existiam cerca de 6500 novos diagnósticos por ano, este número desceu para 3500. Além disso, a proporção de novos diagnósticos atribuídos ao consumo de drogas injetáveis caiu de perto de 70% há uma década para 35% hoje.

Embora tenha existido uma considerável expansão dos programas de redução de riscos desde 2006, a cobertura mantem-se limitada. Cerca de um em cada quatro consumidores de drogas injetáveis estão registados nos programas de metadona e apenas um em cada cinco são abrangidos pelos programas de trocas de agulhas e seringas.

Ragunath Kesavan, do Malaysian Bar Council, declarou na conferência que uma barreira a uma maior implementação da redução de danos era o facto de a população ter escutado durante anos que a solução para o problema do consumo problemático de drogas residia em leis mais rigorosas e sanções mais duras.

Comentário: A Malásia é um bom exemplo de um país com uma cultura conservadora e uma atitude punitiva em relação ao uso de drogas que foi forçado pelas evidências a aceitar que a terapia de substituição opiácea e os programas de trocas de seringas devem ser adotados. Tal como a última declaração nos recorda, as atitudes enraizadas em relação ao VIH e populações em risco podem levar muito tempo a mudar.

Quase um em cada quatro homens gay seropositivos são reinfectados pela hepatite C

Os resultados de um estudo publicado na edição online da AIDS mostram que existe uma elevada incidência de reinfeção do vírus da hepatite C (VHC) entre os homens gay a viver com o VIH em Londres. A investigação, que envolveu homens com a coinfecção do VIH e VHC e que eliminaram espontaneamente ou após tratamento a infeção do VHC, concluiu que 22% dos participantes do estudo eram subsequentemente reinfectados com o vírus e uma pequena parte deles chegavam a reinfectar-se três vezes.

Entre os 145 homens que tinham uma data documentada de infeção inicial do VHC existiram 32 reinfeções e uma taxa de incidência (reinfeção) da hepatite C de 8% por ano. Oito desses 32 homens foram reinfectados pelo VHC uma segunda vez. Isto resultou numa taxa de incidência de 23.3 por 100 pessoas – ano. A mediana de tempo para uma segunda reinfeção era de 1.5 anos.

A análise de toda a coorte encontrou um total de 54 reinfeções, combinando as primeiras, segundas e terceiras reinfeções.

No total, 20% dos homens eliminaram a reinfeção de forma espontânea. A taxa de resposta ao tratamento entre os homens sob terapêutica foi de 73% em homens com os genótipos 1 e 4 e de 100% entre aqueles com os genótipos 2 e 3.

“A maior parte das reinfeções foram tratadas na fase aguda da reinfeção e as taxas de cura foram consistentes com os estudos que tratam a infeção aguda pelo VHC em HSH seropositivos para o VIH”, explicaram os autores.

“Recomendamos o reforço da vigilância a pacientes que eliminaram a infeção pelo VHC para permitir a deteção e tratamento precoces de qualquer reinfeção”, concluíram os investigadores. “Além disso, recomendamos uma educação direta e intervenções de prevenção em HSH positivos para o VIH com a infeção do VHC.”

Comentário: Este artigo serve para nos lembrar que os cuidados de saúde dos homens gay em risco de contrair o vírus da hepatite C não terminam após a cura. É necessária informação mais consistente e simples sobre a transmissão e prevenção dirigida a esta população. A NAM publicou recentemente um folheto com informação clara sobre a transmissão sexual entre homens gay: How hepatitis C is passed on during sex.

Seminários online sobre prevenção da infeção pelo VIH na Europa: microbicidas rectais

A série de seminários online fará uma pausa em agosto e o próximo está agendado para quinta-feira, dia 12 de setembro.

O tema serão os microbicidas e a lista provisória de oradores inclui o Dr. Ian McGowan da Universidade de Pittsburgh e Marc-André le Blanc do International Rectal Microbicides Advocates (IRMA).

Outras notícias recentes

O primeiro ensaio clínico de prevenção randomizado em comunidade produz dados modestos sobre a incidência do VIH e grandes melhorias no rastreio a homens.

Qual o impacto dos programas de prevenção do VIH em toda uma comunidade ao invés de em cada indivíduo? Esta tem sido uma questão difícil de responder, mas a conferência IAS 2013 ouviu os resultados do Project ACCEPT, o primeiro ensaio clínico de prevenção do VIH randomizado em comunidade. Foram randomizadas áreas semelhantes, mas geograficamente separadas para receber ou o acompanhamento e teste padrão ou programas melhorados de mobilização comunitária e rastreios em unidades móveis. O resultado foi uma modesta redução de 14% na incidência do VIH nas comunidades a receber o programa melhorado, mas uma percentagem muito maior entre as mulheres mais velhas e quase o dobro de rastreios entre homens.

Elevada taxa de infeções e bom encaminhamento para cuidados de saúde em projeto de rastreio comunitário em Barcelona

Um único centro de rastreio está a rastrear mais de um terço dos homens gay recentemente diagnosticados com o VIH na Catalunha, em Espanha, e consegue encaminhar quase todos os recém-diagnosticados para serviços de tratamento, relataram os cocoordenadores do projeto na conferência IAS 2013 2013.

Criado em 2006, o Checkpoint BCN foi um dos primeiros projetos de rastreio comunitário para homens gay na Europa. Os testes rápidos de rastreio são feitos por voluntários não-médicos e por funcionários na zona gay de Barcelona, aberto diariamente até às 20h.

Estudo francês reforça a importância do rastreio precoce

Um estudo sobre o rastreio e diagnóstico do VIH a homens gay em França concluiu que uma em cada cinco infeções (21%) diagnosticadas eram muito recentes, na fase aguda do VIH. Concluiu que embora apenas 15% dos diagnósticos fossem feitos a homens que tinham feito o último teste há menos de um ano, 42% das infeções recentes pertenciam a este grupo. Karen Champenois, da agência nacional de investigação francesa INSERM, afirmou na conferência IAS 2013 que, embora o país tivesse taxas baixas de infeções por VIH não diagnosticadas (somente 19% desconhecem o seu estado serológico), a incidência do VIH entre homens gay não está a decrescer. Afirmou também que enquanto a maioria das infeções crónicas eram auto-referênciadas, a maior parte dos diagnósticos agudos, o teste ao VIH foi sugerido por um profissional de saúde.

Ensaio clínico de PrEP para mulheres pode ter falhado por participantes usarem o teste como prevenção

O estudo de um ensaio clínico sobre profilaxia pré-exposição (PrEP), que falhou na demonstração de resultados, sugere que tal se pode dever ao facto de as mulheres aderirem ao ensaio por outros motivos que não a PrEP – nomeadamente a disponibilização de um teste mensal ao VIH. As entrevistas qualitativas com as participantes mostraram que estas usaram o teste, e participaram no ensaio clínico, como forma de se certificarem que não tinham a infeção do VIH. O ensaio clínico, na opinião das mulheres, tornou-se o método de prevenção disponibilizado. “É um pensamento mágico”, afirmou Christina Wong do FHI 360, que cocoordenadora do ensaio, ao aidsmap.com. “Deveríamos discutir como melhor incorporar na definição do ensaio clínico os motivos que levam à participação no mesmo”, afirmou.

Escolhas do editor de outras fontes

Aumento de casos de VIH/SIDA nas Filipinas poderá ter originado um ponto de viragem

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Os constantes aumentos de infeções pelo VIH nas Filipinas não podem ser revertidos sem intervenções adequadas, afirmaram peritos de saúde, após o mês com o maior relato de número de infeções diagnosticadas até agora. A maioria das intervenções de prevenção não chegam aos homens que têm sexo com homens e aos utilizadores de drogas injetáveis.

Sou negativo para o VIH, por isso tu também és, certo?

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Trinta anos de trabalho na prevenção do VIH e defesa das pessoas infetadas permitiram que muitos homens a viver com a infeção podem ser honestos em relação ao seu estatuto serológico. Mas embora muitos tenham sido inundados com mensagens que lhes dizem para “falar sobre o VIH com os seus parceiros sexuais”, para alguns essas conversas estão repletas de ansiedade relacionada com culpa, julgamento e abandono – ou falhas surpreendentes a nível de conhecimento, incluindo a ideia de que se duas pessoas têm sexo, estas têm o mesmo estatuto para o VIH.

Qual a opinião dos homens gay sobre os testes domésticos?

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Investigações sobre a opinião dos testes rápidos e domiciliários entre homens gay no Canadá concluiu que este pode ser uma ferramenta eficaz na redução de riscos e prevenção do VIH.

Podcast: uma pequena conversa sobre a PrEP inspirada no relatório New Mapping Pathways

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Este podcast de dez minutos foi produzido pela AIDS Foundation de Chicago (AFC), a segunda numa série de debates inspirados pela “Developing Evidence-Based, People-Centred Strategies for the Use of Antiretrovirals as Prevention”. Jessica Terlikowski e Jim Pickett irão conversar sobre a PrEP.

A vacina para o HPV deve abrager homens gay

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O deputado Tory Mike Freer anunciou uma campanha para que a vacinação para o HPV no Reino Unido abranja os rapazes adolescentes, argumentando que o atual cenário, onde só as raparigas são vacinadas, neglicência a proteção dos homens gay.